
"Quanto mais alto o edifício, mais profundos devem ser os alicerces." (Tomás de Kempis)
Criamos laços afetivos com tudo e todos que nos cercam, o que torna menos difícil enfrentar as dificuldades da vida enquanto compartilhamos as experiências.
Porém, como tudo o que é excesso, nos faz mal. O cuidado extremo com algo ou alguém e a necessidade da opinião do outro para tomar suas decisões podem ser sinais de dependência emocional.
A dependência emocional se refere a uma condição psicológica e emocional em que a pessoa possui uma intensa necessidade de apego em relação a outra pessoa ou à alguma coisa.
A Associação de Saúde Mental da América define a dependência emocional como “uma condição emocional e de comportamental que afeta a capacidade de um indivíduo ter um relacionamento mutuamente saudável e satisfatório”.
A dependência emocional é mas facilmente compreendida quando pensamos em alguém, pois está relacionada a uma pessoa e você sente necessidade de se sentir feliz em sua relação com ela. E, é por isso que passa a depender emocionalmente dela.
Muitas vezes nos “amarramos” emocionalmente às pessoas para lhes fazer bem ou sob nosso olhar e julgamento, achamos estar fazendo o bem, assim como elas também julgam isso em relação à nós mesmos. Contudo, esta necessidade extrema da pessoa na sua vida ou de estar presente e zelando pelo outro é uma dependência não saudável.
Em outras palavras, estar ligado emocionalmente à alguém nos torna saudáveis, mas depender dela não.
Pessoas dependentes acabam se sentindo insatisfeitas consigo mesmas, e muitas vezes isso reflete em problemas de autoestima e de hábitos.
Contudo, podemos ter ligações emocionais com objetos também, nos sentindo dependentes de um certo ritual ou coisa para fazer uma escolha. É o caso de objetos sentimentais, que por inúmeras vezes podem causar a paralização de ação de uma pessoa, na ausência dele.
A dependência emocional também pode estar vinculada à hábitos que temos e sequer sabemos ou questionamos o porquê de existir. São hábitos de vida que passam por tarefas simples e pelas escolhas, inclusive, alimentares. Muitas vezes esta dependência vem travestida na forma de costumes familiares, sociais e etc...mas são eles que interrompem processos e progressos de mudanças, por não “poderem” ser alterados.
Existem pessoas que sentem dependência de certos alimentos e isso lhes gera uma grande carga de insatisfação e frustração por não conseguirem avançar em seus objetivos de saúde, por não sentirem que conseguem se livrar de tal hábito ou alimento. São condutas ou alimentos que travam o progresso das pessoas.
A dependência emocional oculta uma necessidade de controle, segurança e/ou conforto. É tudo aquilo ou alguém em que você se sente acolhido e protegido emocionalmente, para quem/que você recorre quando se sente abalado....
Mas quando você pensa em mudar um padrão, você se sente perdido, desorientado, sem aquele ou aquilo de que era dependente.
Essa é uma questão que afeta a vida da pessoa e o convívio com outros, desgasta relações sociais e amor próprio, é importante entender de onde vêm essa dependência e impor seus limites.
A pessoa dependente emocional se sente com uma intensa insatisfação por uma carência ou falta de segurança, sente que precisa constantemente da aprovação de outras pessoas ou do seu porto seguro para tomar suas decisões.
O dependente pode criar um ambiente conturbado para os que estão ao seu redor, pois de certa forma, pensa ser o centro do mundo do outro, podendo sufocar com demandas e necessidades.
As causas da dependência emocional estão associadas ao medo, culpa ou insegurança seja para errar ou ser rejeitado. Neste contexto a pessoa afetada perde a capacidade de agir, tomar decisões sozinha e de assumir responsabilidade por suas ações.
Podemos pensar que esse comportamento tenha raiz na criação da pessoa, desde sua infância. É sabido que as bases dos nossos alicerces emocionais estão cravadas na nossa infância, o modo como vamos encarar as relações sociais e amorosas na vida adulta é, em grande parte, reflexo das experiências que tivemos nos primeiros anos de vida. Todavia existem dependências criadas ao longo das experiências da vida, que em dado momento devido a um acontecimento este vínculo tão forte teve razão de surgir.
A pessoa dependente costuma ter baixa autoestima e pouco apreço por si mesma, ela corre atrás de outros ou de rituais para preencher o vazio emocional dentro de si. Dando ao outro a responsabilidade de completá-la.
Padrões de comportamento da dependência se repetem, como baixa auto estima, ansiedade e angústia, dificuldade de tomar decisão, medo, insegurança e culpas em relação ao outro ou acontecimento, perda da personalidade e originalidade, medo da solidão e abandono, rejeição, controle do/pelo outro e possessividade, dificuldade de impor limites e de traçar sonhos próprios.
Para conseguir se livrar desse sentimento e seguir livre conforme as oportunidades que a vida oferece, é fundamental investigar as origens desse apego extremo. O primeiro passo é reconhecer a existência deste afeto disfuncional e que é um problema a ser enfrentado.
Isso implica entrar num ambiente hostil, muitas vezes confrontar valores, costumes, lembranças e medos desconfortáveis, o enfrentamento é um processo longo de introspecção e construção que requer a superação das auto imposições e limitações emocionais.
Quebrar o elo com a dependência é encontrar a liberdade para novas oportunidades e escolhas e elas passam da mais simples decisão do dia a dia à sua rotina de saúde.
É por isso que talvez você não emagreça ou não seja mais saudável, porque você se amarra emocionalmente à alguma coisa ou alguém que não lhe/se permite evoluir ou mudar.
É por isso que somente dieta ou orientações de conduta não fazem sentido e não geram mudanças... pense bem...todos que sabem ler, ao receber um material com orientações conseguiria colocá-las em prática, não é verdade? E porque isso não acontece?
Porque ler um material é fácil, mas descobrir o porquê você não faz, porque você se sabota, porque não se organizar, ou porque você faz o que faz ... é outra coisa.
Descobrir estes porquês é superar a dependência emocional e fará você mudar sua saúde (física e mental) e sua vida. É fundamental que você aprenda a estar bem sozinho e saiba que isso é possível para se sentir confortável consigo mesmo.
O profissional de saúde mental irá caminhar contigo para descobrir seus reais motivos e te auxiliará a entender o seu porquê. A psicanálise é um passo importante para o dependente emocional desapegar de traumas ou lembranças e vínculos prejudiciais para a sua saúde e que refletem em suas escolhas e no seu corpo físico. O acompanhamento de saúde integrado (com a alimentação) lhe ajudará de dentro para fora a se sentir melhor, com mais disposição e, assim terá mais clareza para seguir seu caminho e estará consciente das melhores escolhas para sua vida.
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Dra. Andrea Alterio é nutricionista – psicanalista e homeopata, especialista em nutrição clínica – funcional (e mais 7 especializações), com mestrado em nutrição humana e comportamental, psicanálise clínica e homeopata. Possui formações no Brasil e Itália em práticas integrativas em saúde.
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